sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

Em frente ao mar, enfrento o mar. Combato a vontade de meu próprio espírito. Sinto distância e incompreensão nas ondas de meu rosto ferido. Melancolia é falada pelas lágrimas. Penetra-me com fervura, esse mar criminal, na minha pele esmorecida.
Só queria saber o sabor do sal. Não me encontro particularmente. Só inculta, sem teor. Faltam-me os sais. Quero deixar de saber sentir o mar. Quero sentir o mar, apenas. É pedir muito se quiser deixar de ser quem sou, não deixando, no entanto, de ser quem sou? Ternamente, quero que o mar me arraste, deixando de saber o que é ser arrastada pelo mar. Simplesmente porque não sei.
Mas quero saber? Não. Quero ser, sem saber.

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